Doses maiores

7 de junho de 2018

O que Marx aprendeu com uma turma boa de briga

O relato abaixo é baseado na biografia “Karl Marx: Grandeza e ilusão”, de Gareth Stedman Jones.

Em 28 de setembro de 1864, um congresso de trabalhadores da Europa continental e Inglaterra foi realizado em Londres. Era o primeiro encontro do que viria a ser a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT).

Marx foi eleito para compor o Conselho Geral e designado para o subcomitê responsável pela preparação de uma “declaração de princípios”.

O que distinguia a AIT de associações internacionais anteriores era a participação dos líderes sindicais mais importantes de Londres. Essa nova geração surgiu, principalmente, entre os pedreiros, sapateiros e carpinteiros. E sua experiência nas greves os levou a concluir que novas e mais coordenadas formas de organização operária se tornavam necessárias

Uma de suas maiores preocupações eram os fura-greves. Como na Grã-Bretanha o movimento sindical já havia conquistado melhores condições de trabalho, trabalhadores de outros países eram atraídos para ocupar o lugar dos grevistas.

Diante disso, o principal objetivo da AIT era exportar para outros países os benefícios da legislação social britânica (limitação das horas de trabalho, restrição do emprego juvenil) e as conquistas do novo modelo de sindicalismo unitário por ela defendido.

33 associações sindicais filiaram-se à nova Internacional. Em 1868, o número chegou a 120.

Claro que a grande diversidade de trabalhadores e nacionalidades levava a muitas divergências. Mas o que unia a todos era uma verdade que Marx aprendeu com essa turma boa de briga e ajudou a inscrever no documento inaugural da AIT: “A emancipação dos trabalhadores deve ser obra dos próprios trabalhadores”.

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