Doses maiores

24 de outubro de 2018

A direita em seu chiqueiro de mentiras e intrigas

“Polarização nos EUA não é entre direita e esquerda, mas entre direita e o resto”, diz o título de entrevista publicada por Claudia Antunes no Globo, em 22/10/2018.

Quem afirma é Youchai Benkler, codiretor do Centro Berkman Klein para a Internet, da Universidade Harvard. Ele baseia suas conclusões em recente estudo que analisou 4 milhões de links compartilhados nas redes sociais estadunidenses. Segundo o levantamento, “notícias falsas são mais frequentes no ‘ecossistema midiático’ frequentado pelos mais conservadores”.

Já quanto à esquerda:

...como os usuários distribuem sua atenção de maneira mais ampla, e ocupam um ecossistema midiático que tem muita checagem de dados, as histórias falsas, seja qual for sua fonte, não sobrevivem nem se espalham com a mesma intensidade.

A “boa notícia”, diz ele, é que cerca de 65% da população estadunidense ainda deposita relativa confiança no jornalismo profissional. Ou seja, nos velhos monopólios da grande mídia.

A repórter pergunta se uma hipotética notícia do “New York Times” denunciando Trump por fraudes fiscais chegaria às pessoas da direita. Benkler responde que não:

Se elas chegarem a ver essa informação, ela virá filtrada pelos veículos nos quais confiam, que vão dizer que é uma mentira. Há entre um quarto e um terço da população para o qual uma reportagem do “New York Times” como essa não significa nada ou, na melhor das hipóteses, é uma prova de que a mídia tradicional está lá para pegar o Trump.

É a direita chafurdando toda feliz em seu chiqueiro de falsidades e maledicências. O problema é quando o chiqueiro começa a mandar no resto do mundo. Incluindo nosso triste latifúndio.

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