Doses maiores

1 de novembro de 2018

Desesperadamente otimistas

“Desesperadamente otimista”, foi assim que Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, declarou estar se sentindo quanto ao futuro próximo da economia mundial.

Foi na reunião anual entre Banco Mundial e FMI, ocorrida de 9 a 14/10/2018, na Indonésia. Provavelmente, ela quis dizer que precisa estar otimista ou terá que admitir que é grande a possibilidade de uma nova catástrofe econômica para breve.

Entre as maiores preocupações, um nível de endividamento jamais visto desde a Segunda Guerra, a guerra comercial entre Estados Unidos e China e as “fintechs”. Estas últimas são a mais recente invenção infernal do capital.

As fintechs são instituições financeiras de alta tecnologia, que fogem às regulamentações do setor. Por isso, até recentemente, eram chamadas de “bancos das sombras”.

Ganharam status de “novas tecnologias”, mas continuam perigosas. Talvez, um novo tipo de subprime, que, tal como as fintechs, surgiu com o pretexto de facilitar crédito aos mais pobres.

Enquanto isso, no Brasil, não poderíamos estar em pior situação para enfrentar um novo surto da crise que começou em 2008. O governo eleito prometeu coisas contraditórias a públicos diferentes.

Se apresenta tanto como protetor da soberania nacional, como ultraliberal, disposto a escancarar a economia aos investimentos estrangeiros.

Afirma que não quer vender o país para a China, mas ataca o Mercosul, cujo enfraquecimento poderia deixar terreno livre para o capital chinês.

Para não falar na disposição de lidar com crises sociais decorrentes de uma nova recessão mundial na base da repressão mais brutal.

Enfim, tal como a diretora do FMI, também estamos desesperadamente otimistas, mas nosso otimismo depende demais de nossa vontade. Que ela seja poderosa.

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