Doses maiores

29 de janeiro de 2019

Bolsonaro e a armadilha do establishment

Há vários elementos capazes de explicar a vitória de Bolsonaro em 2018. Um dos mais destacados é a guerra à base de fake news. Tão suja, quanto eficiente.

Mas talvez seja melhor dar um passo atrás para enxergar melhor o cenário. E nele destaca-se aquilo que podemos chamar de “armadilha do establishment”.

A Wikipédia descreve assim a palavra inglesa establishment:

...ordem ideológica, econômica e política que constitui uma sociedade ou um Estado. Em sentido depreciativo, designa uma elite social, econômica e política que exerce forte controle sobre o conjunto da sociedade, funcionando como base dos poderes estabelecidos. O termo se estende às instituições controladas pelas classes dominantes, que decidem ou cujos interesses influem fortemente sobre decisões políticas, econômicas, culturais, etc., e que, portanto, controlam, no seu próprio interesse e segundo suas próprias concepções, as principais organizações públicas e privadas de um país, em detrimento da maioria dos eleitores, consumidores, pequenos acionistas, etc

A façanha de Bolsonaro foi ter convencido muitos milhões de pessoas de que todos os que não o apoiavam fazem parte do establishment. Ainda que ele mesmo jamais tenha utilizado a palavra.

Políticos tradicionais e sindicalistas. Grandes corporações midiáticas e blogs de esquerda. Professores universitários e banqueiros. Bilionários e estudantes cotistas.

Seriam todos integrantes de uma elite minoritária cujos interesses são opostos ao da grande maioria que trabalha duro, paga impostos, preserva a integridade familiar e os valores religiosos.

Há muito o que fazer para sairmos dessa armadilha. Mas, só pra começar, poderíamos parar de buscar alianças com setores do tal establishment que não passam de capachos da classe dominante.

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