Doses maiores

15 de março de 2011

No Japão, Godzilla pode voltar

Godzilla é um famoso dinossauro da indústria japonesa de filmes. O monstro gigantesco fez sucesso nos anos 60. Seria resultado de mutações causadas por radiação atômica. Na verdade, uma espécie de encarnação dos pesadelos que foram as bombas de Hiroshima e Nagazaki. Um símbolo da amostra de apocalipse com que a estupidez americana atingiu o povo japonês.

Perto das duas únicas armas atômicas já utilizadas em guerra, o atual terremoto pode ser considerado um acontecimento suave. Além de ser um evento natural. Algo que vêm acontecendo há milhões de anos e vai continuar acontecendo.

Já o bombardeio atômico de 1945 é produto da ação humana. Mais precisamente, do selvagem imperialismo americano. Uma ação covarde que matou mais de 300 mil civis. Muito acima das prováveis vítimas fatais causadas pela tragédia natural que vem atingindo o Japão.

Por outro lado, os efeitos da atual catástrofe podem ser agravados por razões nada naturais. Aumentam as chances de que aconteça um novo desastre nuclear. Desta vez, não se trata de bombas. É uma usina atômica que foi sacudida pelo terremoto e pode vazar radiação em quantidades perigosas. As vítimas podem chegar a dezenas ou centenas de milhares.

É uma situação estranhamente macabra. O povo que mais sofreu com a utilização da energia nuclear permitiu que seus governos chocassem ovos atômicos em seu próprio território. Opção certamente adotada em nome do lucro e da rentabilidade para poucos.

Godzilla pode atacar novamente. Faria companhia ao monstro capitalista, que nunca deixou de fazer estragos.

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