Doses maiores

26 de setembro de 2011

Banqueiro elogia Marx por motivos errados

Quando um banqueiro elogia Marx, um dos dois está errado. Neste caso, o erro é de George Magnus, alto dirigente do banco suíço UBS.

Em artigo publicado no site Outras Palavras, Magnus diz que Marx estava certo quanto às tendências desastrosas do capitalismo. Recomenda medidas que se inspirariam nas análises do revolucionário alemão.

Entre elas, criação de empregos, alívio para as dívidas nacionais, investimentos em pequenas empresas e a busca por “um ritmo real de crescimento da produção econômica”.

O problema é que Marx jamais defendeu medidas para melhorar o funcionamento do capitalismo. Não à toa, sua maior obra chamou-se “O capital” e não “Os capitalistas” ou “A burguesia”. Trata-se de um sistema que serve aos patrões, mas só em parte é por eles controlado.

E a grande responsável por esse descontrole é a selvagem competição capitalista. A atual crise é prova disso. A demora em aprovar medidas econômicas não se deve apenas à incompetência política dos líderes mundiais.

Os prejuízos da primeira parte da crise foram pagos pelos trabalhadores e pelos cofres públicos. Agora, há menos espaço para repetir a dose. Começa a ficar claro que parte dos capitalistas também vai ter seus interesses sacrificados.

A briga entre os governos é exatamente para ver quem pagará essa conta. Só concordam quanto à necessidade de aprovar medidas que sacrificam os povos do mundo. E cessar as guerras nem lhes passa pela cabeça.

Por isso Marx nunca escreveu para banqueiros ou outros patrões. Seu público sempre foi a classe trabalhadora. Setor que mais sofre com o capitalismo e que só tem a ganhar com seu fim.

Leia o artigo de Magnus clicando aqui

Leia também: A insustentável cegueira do FMI

Um comentário:

  1. hahaha... cada uma q a gente vê. O cara quer estudar a obra do Marx para salvar o capitalismo... q bontin!

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