A atual “crise européia” começou em 2008, nos Estados Unidos. Mas, tem suas particularidades. A mais importante delas tem a ver com a Alemanha.
O governo alemão foi o mais bem sucedido no achatamento dos salários de sua classe trabalhadora. Com isso, suas mercadorias ficaram mais baratas. Passaram a invadir os mercados dos países da zona do euro. O resultado foi diminuição da produção em alguns deles e crescimento de suas dívidas em relação à Alemanha. É o caso principalmente de Grécia, Portugal e Espanha.
Normalmente, a solução seria o país com déficit desvalorizar sua moeda. Isso poderia diminuir as importações, aqueceria o mercado interno, diminuiria o endividamento. Mas, isso é impossível para quem aderiu ao euro. A moeda é controlada pelo Banco Central Europeu, cuja sede, não por acaso, fica na Alemanha.
Ao mesmo tempo, a fraqueza dos salários de seus trabalhadores debilitou a economia alemã. A Alemanha depende da continuidade do ritmo de suas vendas externas. Mas, os fregueses estão começando a quebrar. As vendas não só estão caindo, como muito do que foi vendido pode não ser pago.
A solução racional seria aumentar o consumo dos mercados internos europeus. E para fazer isso rapidamente só com o aumento dos salários dos trabalhadores. O caminho que vem sendo adotado é o inverso. Corte de salários, aposentadorias, direitos.
Sob o capitalismo neoliberal, não esperemos racionalidade no berço do Iluminismo. Em meio a essa escuridão, só as luzes das tochas dos rebeldes gregos.
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