O agronegócio está entre os principais setores a defender mudanças no Código Florestal. Afirma que leis ambientais menos rígidas aumentariam a produtividade, gerariam mais empregos, desenvolveriam a economia nacional.
Mas, os latifúndios do agronegócio sempre perderam nesses três aspectos para as pequenas propriedades administradas por núcleos familiares. Um estudo realizado por Rosemeire Aparecida de Almeida, professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, confirma essa constatação.
Pra começar, a pesquisa mostra a enorme concentração da terra no Mato Grosso do Sul. Propriedades com menos de 50 hectares (ha) representam mais de 58% dos estabelecimentos e detêm apenas 2% da terra. Enquanto isso, áreas acima de 1.000 ha representam 10%, mas possuem quase 77% do território.
Mesmo ocupando tão pouca terra, a agricultura familiar produz mais de 71% das aves, 70% dos suínos e 46% do leite. Em relação à produtividade, foram comparados números entre 1995 e 2006. A soja, produto típico do latifúndio, teve um aumento de produtividade de quase 7%. Já o arroz, cultivado pela agricultura familiar, chegou a quase 68% de produtividade. Mesmo caso do feijão, cuja produtividade subiu 51%.
Na geração de empregos as propriedades menores empregam 44% do total no estado. Porém, ficam com muito menos financiamento. Estabelecimentos com mais de 1.000 ha tomaram quase 79% dos empréstimos, em 2006. Mas, responderam por apenas 51% da produção agropecuária. Já as áreas com menos de 50 hectares emprestaram 2,45% e produziram 12% do total.
A verdade é que o agronegócio produz menos e principalmente para exportação. Gera poucos empregos, usa mais dinheiro público e destrói mais o meio-ambiente.
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