A imprensa anda dizendo que a revolução no Egito seria a “queda do muro de Berlim” do mundo árabe. Como assim?
A queda do muro de Berlim simbolizou o fim do chamado “socialismo real”. Na verdade, uma forma de capitalismo sob total controle do Estado. Os verdadeiros socialistas não tinham nada a perder com o fim dessa monstruosidade. Caiu de podre porque não conseguia competir com o capitalismo de mercado, cuja podridão era mais eficiente.
Mas, os neoliberais usaram o episódio para afirmar que não havia alternativa a não ser o capitalismo. Acabou sendo uma vitória deles. Vinte anos depois, quem perde com as revoltas no Egito? Já não há um espantalho vermelho no cenário. O monstrengo capitalista tomou conta de todo o planeta.
A queda das ditaduras árabes pode ser uma derrota para o que os imperialistas chamam de “democracia de mercado”. Formas de governo em que só interessa a liberdade para as grandes empresas lucrarem. Não importa se isso acontece sem eleições livres, direitos humanos, justiça social, liberdade religiosa.
Essa história de “muro de Berlim” é cortina de fumaça. Tenta livrar a cara do governo americano e seus aliados. Quer esconder sua responsabilidade na instalação e sustentação de ditaduras no Norte da África e no Oriente Médio. Verdadeiros cães de guarda de Israel.
Esperemos que a luta dos povos árabes revele toda essa fraude. Expulse os ditadores e traga a mais ampla liberdade. Menos a de explorar, humilhar, reprimir, perseguir. Que erga uma parede para deter o avanço capitalista. Construa um muro das lamentações para o imperialismo.
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