Nos últimos dois anos, terríveis terremotos atingiram Haiti, Chile e Japão. Parece que a terra vem tremendo com mais freqüência. Reportagem de Maria Fernanda Ziegler, publicada no iG em 16/03, afirma que não é bem assim. O título da matéria diz tudo: “Especialistas dizem: mundo não está acabando, só está superlotado”.
Segundo cientistas ouvidos pela reportagem, as estatísticas não confirmam o aumento de terremotos. O problema é que os abalos vêm atingindo áreas muito populosas. Fruto do crescimento demográfico mundial. Mas, será que o planeta está superlotado?
O sistema capitalista de produção exige enormes concentrações urbanas. Locais que reúnam grande quantidade de força-de-trabalho e matéria-prima à disposição da exploração econômica mais extrema.
Por outro lado, enormes extensões de terra são destinadas a monoculturas e criação de animais para abate em larga escala. Enquanto isso, a maior parte da população mundial se amontoa em cidades gigantescas e caóticas.
Tudo indica que não deveria haver tantas pessoas morando no Japão, por exemplo. O país fica localizado sobre a junção de três placas tectônicas. O mesmo vale para muitas outras áreas de risco no mundo.
Não se trata de remover populações à força. As razões que levaram os povos a adotar pedaços do planeta como seu lar são muitas e misturam-se. São históricas, culturais, religiosas, ecológicas. Mas, nos últimos dois séculos, imposições econômicas vêm transformando terras natais em exílios infernais.
Poderosos interesses empresariais determinam uma ocupação desastrosa do planeta. É preciso construir outra relação com os humores biológicos, climáticos e geológicos da Terra. Algo que só será possível quando a maioria livrar-se da obrigação de gerar lucros para poucos.
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