O governo Dilma conta com o maior apoio parlamentar a um governo desde o fim da ditadura militar. São 366 deputados e 52 senadores. E funciona. É o que mostra o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Até hoje, diz ele, o governo contou com a fidelidade da base partidária em 92% das votações.
Mas pra que serve toda essa fidelidade? Para aprovar uma reforma agrária pra valer? Quebrar o monopólio dos meios de comunicação? Reduzir a jornada de trabalho sem redução salarial? Aprovar um projeto de moradia que ocupe os quase 5 milhões de imóveis vazios no País? Abrir os arquivos da Ditadura?
Nada disso. A última votação importante no Congresso foi a do reajuste do salário mínimo. A enorme base parlamentar governista funcionou perfeitamente. Aprovou um reajuste menor do que o pretendido pelas centrais sindicais.
Vem aí a votação das mudanças no Código Florestal. Na verdade, propostas que atendem aos interesses dos ruralistas. Um ataque ao meio ambiente e à pequena agricultura. O que faz a base parlamentar do governo petista a respeito disso?
O PMDB tem uma das maiores bancadas governistas. Seus integrantes decidiram votar a favor da proposta ruralista. Claro. Dos 80 deputados ruralistas, 26 são do PMDB. Mais uns 35 estão espalhados por outros partidos que apóiam o governo, como o PP, PR e PTB. Enquanto isso, a própria bancada petista se mostra dividida.
O resultado é um recuo atrás do outro. Há quem ache que este governo está em disputa. É verdade. Mas, a disputa é entre ruralistas, banqueiros, monopólios da mídia, empreiteiros, grandes empresários.
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