Na obra, Sandel
“lista dezenas de exemplos para afirmar que a economia de mercado deixou de ser
somente ferramenta útil para organizar a atividade produtiva: passou a definir
relações sociais e valores morais".
Alguns
exemplos: uma americana pode terceirizar a gravidez a uma indiana, pagando US$
6.250. Por US$ 20 a hora, moradores de rua são pagos para ficar na fila do
Congresso americano guardando lugar para lobistas.
Na África do
Sul, US$ 150 mil é o que custa uma autorização para matar um rinoceronte-negro. Também
é possível comprar o direito de nomear locais públicos, como uma estação de
metrô, em Nova York.
Nos Estados Unidos, por pouco não foi criado um mercado de bebês para adoção. Seria destinado a “pais/consumidores
dispostos a pagar de acordo com a lei de oferta e procura”.
Natália diz que
o livro tem o mérito de levar o debate “para além da ideia de ‘cobiça’
associada a Wall Street e bandeira principal dos movimentos ‘Occupy’ que se
rebelaram contra os mercados pós-crise de 2008”.
É verdade. Não se
trata de uma questão moral, simplesmente. É uma lógica social. Mas essa conclusão
não é novidade. Karl Marx já sabia disso século e meio atrás. Chamou
de “fetichismo da mercadoria”.
Algo de que nem
ele escapou. O banco alemão Sparkasse acaba de lançar um cartão de crédito que
traz uma imagem dele como ilustração.
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