Doses maiores

28 de agosto de 2012

Mensalão e eleição em picadeiros diferentes

Alberto Carlos Almeida é sociólogo, tucano e escreve para o jornal Valor. Apesar disso, sabe argumentar de forma muito lógica. É o que faz em seu artigo “Julgamento do mensalão e eleições”, de 24/08. O texto afirma que o julgamento em andamento no Supremo não terá impacto significativo nas eleições municipais.

A afirmação baseia-se em uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto Análise. Ela teria mostrado “que 82% do eleitorado nacional acham que a corrupção é igual em todos os partidos”. Apenas 9% considerariam “que os políticos do PT são mais corruptos do que os políticos dos outros partidos”.

Diante disso, apresenta o seguinte raciocínio:

Se a grande maioria dos eleitores acha que todos os políticos são corruptos, então também acreditam que será uma injustiça se políticos do PT forem condenados por causa do escândalo do mensalão, porque todos os políticos de todos os partidos são corruptos e não são condenados.

De fato, diz Almeida, “58% dos eleitores concordam com essa afirmação”, contra os 28% que discordam. E lembra “que a proporção de 58% está muito próxima dos 56% de votos válidos que Dilma teve na eleição de 2010”.

Como se não bastasse, Almeida diz, ainda, que 64% dos eleitores de todo o Brasil concordam com a seguinte afirmação: “pode até ser que haja corrupção, mas os políticos do PT são os que mais melhoram a vida da população”.

Nada a comemorar nisso tudo. Só mostra que o picadeiro eleitoral continua tomado por aqueles que “roubam, mas fazem”. E não serão os rituais circenses do Supremo que mudarão isso.

2 comentários:

  1. Apesar de o PSDB não ser bem representado atualmente, é preciso lembrar que ela nasceu como um partido de esquerda; chegando a ter membros que defendiam de fato a social democracia e, inclusive, um membro que mantinha boas relações com o MST. Aqueles ''vagabundos petralhas''.
    Por essa e outras que não gosto de chama-lo de ''demotucanos'' - coisa que o Emir Sader infelizmente adora.

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