A
propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a
legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo
empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião
pública, estados mentais, emocionais ou passionais.
Acreditem, o
texto acima é do artigo 242 do atual Código Eleitoral. Claro que ninguém
o leva a sério. Do contrário, a grande maioria dos partidos teria sérios
problemas com a Justiça Eleitoral.
Em busca de
votos, muitas campanhas eleitorais têm usado e abusado de recursos dramáticos.
Muito sentimentalismo, imagens e roteiros caprichados, câmera lenta, música
melosa e atores especializados em parecer povo. Aliás, o horário eleitoral deve
ser o momento em que mais aparecem rostos negros na TV brasileira.
Tudo isso mostra
que o horário eleitoral não é tão gratuito quanto parece. Em primeiro lugar, as
emissoras faturam cerca de 800 milhões em isenções fiscais pela cessão do
espaço em sua programação. Em segundo lugar, 30 segundos de vídeo em alta
definição custam cerca de 250 mil reais.
Somas tão altas
são mais um resultado ruim do monopólio dos meios de comunicação. Ele continua
firme e forte a ponto de uma concessão estatal receber abatimentos fiscais
milionários para prestar um serviço público. E ainda impõe custos de produção semelhantes
aos de novelas e filmes.
É outra
armadilha do sistema eleitoral. Obriga aos que querem se eleger o dispêndio de
montanhas de dinheiro. E já sabemos nas mãos de quem podem ser achados tantos
recursos. Trata-se de mais uma barreira contra partidos da esquerda combativa. Aqueles
que se recusam a comprar espaço nas instituições.
Leia também: Eleição
nunca foi sinônimo de democracia
Nenhum comentário:
Postar um comentário