Segundo o
texto, quando terminava de cantar, Billie deixava o palco, “sem despedida, bis,
nada. Apenas escuro e silêncio”. Até que as palmas tomavam o ambiente. Cena que
sempre se repetia “nas noites nova-iorquinas de 1939”.
“As pessoas
tinham de se lembrar de ‘Strange fruit’, ficar com as entranhas queimadas pela
música”, teria afirmado Barney Josephson, ex-dono do clube em que a música
costumava ser apresentada.
Abel Meeropol
compôs a canção ao ver uma foto que mostrava os corpos de dois negros
pendurados em árvores. Eram as estranhas frutas a que se refere a canção. Na época
falar sobre os linchamentos era tabu. “Por isso, cantar aquela música foi um
ato de coragem”, diz o texto.
Interpretar a
canção rendeu agressões de todo o tipo contra Billie. “A Columbia Records se
negou a gravá-la, e sua mãe protestou quando soube da música”, diz o artigo. “Fiz
uma porção de inimigos, sim”, teria dito a cantora à revista “Downbeat”, em
1947.
Meeropol era
branco, mas judeu. Talvez, esta sua condição tenha ajudado na composição da
obra. Seu povo, tal como os negros, foi sacrificado pelo conservadorismo mais
covarde e estúpido. Ambos provaram do fruto amargo do racismo e da crueldade humana.
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