Esta
é uma das descobertas relatadas em um estudo coordenado por Ignacio Cano. O sociólogo
do Laboratório de Análise da Violência da UERJ deu entrevista a Wilson Tosta para
o Estadão, publicada sob o título “No reino dos smurfs”, em 23/09.
Das
informações de Cano pode se deduzir o caráter essencialmente militar das UPPs:
O
número de policiais militares por habitantes no Rio é hoje de 2,3 para cada mil
habitantes, próximo do nível padrão das Nações Unidas, de 3 por mil. Nas UPPs,
há 18/19 PMs para cada mil habitantes.
Por
isso, diz o estudioso, para repetir a experiência em todas as favelas, seria
preciso multiplicar a polícia do Rio por oito ou nove. A PM passaria dos atuais
38 mil integrantes para uns 300 mil. Bem mais que os 200 mil membros do
Exército, por exemplo.
O
pesquisador destaca a diminuição da violência: "Estamos falando de 400,
500 vidas salvas por ano”, calcula. Por outro lado, admite que onde existem UPPs
há menos liberdade que em outros locais da cidade. Incluindo toque de recolher e
fortes restrições ao funk, rap e rodas de samba.
Ao mesmo tempo, a ocupação militar vai abrindo espaços para a especulação imobiliária. E se precisar, os "smurfs" não vacilam. Também sabem baixar o cacete. O resto não passa
de conversa pra quem acredita em duendes azuis.
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