Na
entrevista intitulada “O agronegócio e o abismo agrário-ambiental”, ele diz que
com FHC tivemos “muito pau e pouca prosa”. O período Lula teria sido marcado
por “muita prosa e pouco pau”. Sob Dilma, estaria valendo “pouco pau e nenhuma
prosa”.
FHC
teria como limite político o latifúndio. Os limites de Lula eram impostos pelo
agronegócio. Mas Dilma teria ignorado todos os limites. Como não podia com
eles, juntou-se a eles. É o que se deduz do que diz o entrevistado:
...chegamos
a um estágio em que a política agrária e a política ambiental passam a ser
instrumentais à expansão do agronegócio. Perdeu o caráter de administração de
conflitos e se transforma em instrumento do próprio agronegócio.
Mas
não é justo responsabilizar apenas o atual governo. Teixeira revela que o
esvaziamento da Reforma Agrária foi definido por “um processo político interno
do PT”, já em 2002. O objetivo seria evitar que desgastes comprometessem a
“governabilidade” petista junto a uma parte da base aliada.
Quase
uma década depois, já sabemos qual a governabilidade que se buscava. O
agronegócio e outros setores do grande capital não poderiam estar mais
tranquilos. Enquanto isso, o último relatório anual da Comissão Pastoral da
Terra mostra um aumento de 24% nos conflitos no campo entre 2010 e 2011.
O
atual governo petista realmente é de pouco prosa. Mas os latifundiários continuam
a baixar o pau.
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