Segundo
o texto, a produção alimentar triplicou desde os anos 60. No mesmo período, a
população mundial apenas dobrou. A ONU diz que 870 milhões de pessoas no
planeta passam fome, mas 1 milhão e 300 mil toneladas de alimentos são
desperdiçadas anualmente.
Esther
diz que tanto desperdício deve-se basicamente a um problema estrutural e de
fundo:
...os alimentos se tornaram mercadorias de compra e
venda e sua função principal, nos alimentar, ficou em segundo plano. Desta
maneira, se o alimento não cumpre determinados critérios estéticos, sua
distribuição não é considerada rentável, se deteriora antes do tempo ... é
rejeitado.
É
isso mesmo. Alimentos que não cumprem “determinados critérios estéticos” são
simplemente descartados. Talvez, porque milhões de pessoas famintas não afetem os
tão rigorosos “critérios estéticos”.
Quando
causas e soluções relacionadas a um determinado problema são conhecidas, sua
superação passa a ser de natureza ética. Ou seja, a opção entre resolvê-lo ou
não é definida pelos valores envolvidos.
A
ditadura do livre mercado chegou ao ponto de jogar fora alimentos devido a sua
aparência. Mas isso não tem a ver com estética. Envolve os valores que regem a
ética capitalista. E esta, sim, é muito feia!
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