Doses maiores

25 de janeiro de 2013

Que Obama nos poupe da igualdade americana

A imprensa destacou o discurso de posse de Barack Obama em seu segundo mandato. Principalmente, a parte em que ele defendeu a igualdade de direitos para mulheres, gays e imigrantes.

Mas de que igualdade ele fala? Vejamos o que dizem Inês Castilho e Andrew Barker. Eles publicaram  o artigo “EUA: o aumento brutal da desigualdade” no site Outras Palavras, em 24/01.

O texto anuncia o documentário “Desigualdade para todos” do economista Robert Reich. A produção revelaria como 400 norte-americanos tornaram-se mais ricos que metade da população do país, ou melhor, 150 milhões de pessoas.

A matéria revela, por exemplo, que em 1978:

...um trabalhador homem norte-americano típico ganhava cerca de 48 mil dólares anuais, enquanto um profissional de elite recebia cerca de 393 mil dólares anuais. Em 2010, o trabalhador médio viu seus ganhos reduzidos a 33 mil dólares anuais, enquanto o profissional do topo pulou para mais que o dobro, aproximadamente 1,1 milhão de dólares anuais.

Tudo isso graças às políticas neoliberais, denuncia Reich. O problema é que ele foi secretário do Trabalho dos Estados Unidos durante o governo Clinton. Mas não cita o papel do democrata “na desregulamentação financeira que viria abalar a economia mundial uma década depois”, lembra a matéria.

O documentário parece achar que o sistema precisa de um bom conserto. Mas o capitalismo não está funcionando mal. Só está funcionando do jeito que sabe funcionar: produzindo desigualdades.

Nesse sentido, a igualdade para gays, mulheres e imigrantes já existe. Eles já fazem parte da grande maioria de americanos igualmente explorados. E não é para eles que Obama governa.

Leia também: Obama reeleito: mitos e realidade

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