“Seremos todos espionados” é
o título da coluna de Pedro Dória, publicada em 11/06 no Globo. O texto trata
do escândalo envolvendo a espionagem em massa promovida pela Agência Nacional
de Segurança dos Estados Unidos. O órgão teve suas atividades denunciadas por
Edward Snowden, ex-funcionário da CIA.
Centenas de milhões de
e-mails, conversas por Skype, em redes virtuais e fóruns da internete, são espionadas
em todo o mundo. Mas Dória chama a atenção para um aspecto pouco destacado pela
grande imprensa. A tecnologia que possibilita acessar este oceano de dados foi
desenvolvida por empresas de ponta, como Google, Facebook, Apple e Microsoft.
O articulista diz que a
intenção dessas empresas jamais foi a espionagem:
A ideia é usar para vender
publicidade. Mas, neste caso, publicitários e espiões desejam exatamente a
mesma coisa: conhecer com tantos detalhes quanto possível os reais desejos de
cada indivíduo. A tecnologia desenvolvida para um serve como uma luva para o
outro.
O comentário revela uma
perigosa combinação de poder político e econômico. O Estado produz um cidadão
constrangido em suas ações e reações. O mercado fabrica um consumidor cujas
opções se reduzem ao que comprar. O primeiro rastreia as pessoas, o segundo as
conduz. Um serve ao outro e ambos provocam e alimentam conformismo em larga
escala.
Ao tentar se justificar,
Obama disse: "Não é possível ter, ao mesmo tempo, 100% de segurança e 100%
de privacidade com inconveniência zero". Portanto, fiquemos com os 100% de
autoritarismo que o capitalismo vai consolidando tanto no campo político, como
no econômico. O saldo tem sido mais terror, principalmente o de Estado.
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