Quando torcedores de times adversários se unem em uma manifestação popular é porque a coisa é séria. É o que vem acontecendo na Turquia. Rivais esportivos dos clubes Fenerbahçe e Galatasaray se juntaram nos protestos contra o governo de Recep Erdogan.
As manifestações começaram na praça Taksim, em Istambul, e se espalham por outras cidades. O estopim da luta foi o início da demolição de um parque no centro da cidade para a construção de um shopping.
No entanto, há muito mais do que isso por trás da revolta popular. No poder desde 2003, Erdogan teria a seu favor um período de forte crescimento econômico. O outro lado da moeda é um autoritarismo crescente.
A grande imprensa destaca propostas intolerantes do partido de Erdogan, o AKP. É o caso da proibição de consumir álcool depois das 10 da noite. Um exemplo da inclinação governamental pela moral islâmica num país em que a influência muçulmana é a menor da região.
Mas também houve um endurecimento na repressão e restrição à realização de greves, por exemplo. Tudo como parte de um programa neoliberal, que inclui uma onda de privatizações promovidas por Erdogan desde sua eleição.
Os sindicatos ameaçam iniciar uma onda de greves. Participam das manifestações desde forças de extrema esquerda até nacionalistas de direita. A grande mídia diz que o primeiro-ministro ainda conta com amplo apoio popular. Mas parte da imprensa turca e as redes virtuais estão censuradas.
É preciso levar em conta a influência da “Primavera Árabe”, também. Ou seja, por enquanto, só há uma certeza: todo apoio às revoltas populares na Turquia.
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