Camila Rodrigues, Bruno
Fonseca, Luiza Bodenmüller e Natalia Viana publicaram “A revoada dos
passaralhos”, em 11/06, no Observatório da Imprensa. Passaralho é uma gíria
para demissões em massa nos meios de comunicação.
Segundo o artigo, somente na capital
paulista, foram 280 demissões de janeiro a abril deste ano. Número muito alto
se considerarmos os 1.230 jornalistas demitidos em todo o Brasil, em 2012. Os
autores atribuem as demissões a “reestruturações”. Na verdade, “formas de organizar
o trabalho usando menos pessoas e mais tecnologia”.
E é de tecnologia que fala um
artigo de Pedro Burgos publicado em maio de 2012. Em “Por que devemos nos
empolgar com a invenção de robôs-jornalistas”, ele comenta a criação de robôs
jornalistas capazes de gerar textos idênticos aos de seus colegas humanos.
Na verdade, não são os robôs
que se elevaram ao nível dos jornalistas. São estes que tiveram sua atividade rebaixada
ao nível de notícias em série e sob encomenda. Regra quase absoluta na grande
imprensa.
Por outro lado, há uns poucos
profissionais com emprego garantido. Muito bem pagos, eles envergonham toda a
categoria. Cumprem papel vergonhoso na cobertura das manifestações contra o
aumento das passagens do transporte público, por exemplo.
Estamos falando de gente como
Merval, Sardenberg, Jabor, Amorim, Datena, Mainardi e vários outros. Vigaristas
programados para justificar os interesses de seus patrões e dos governantes. Mostram
que não é só a tecnologia que coloca em risco o jornalismo. Na grande mídia, a atividade
se vê ameaçada também pela rendição a interesses minoritários e poderosos.
Leia também: Os
falsos democratas e suas coleiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário