Há poucos dias, democratas e
republicanos chegaram a um acordo sobre a dívida pública estadunidense. Miriam
Leitão escreveu o seguinte no Globo de 18/10:
Irã e Iraque enfrentaram-se
numa guerra, Irã e Estados Unidos são inimigos históricos que começam só agora
um diálogo, Hugo Chávez, quando vivo, não perdia chance de atacar Washington.
Mas todos esses países financiam o Tesouro americano.
A colunista refere-se à
montanha de títulos da dívida americana que esses países possuem, juntamente
com China e Brasil.
Luís Bassets publicou
reportagem sobre o crescimento da extrema-direita na Europa. Em texto publicado
no jornal El Pais, em 16/10, ele resumiu a situação:
A esquerda copia a direita em
economia. A direita, a esquerda em divisões e falta de lideranças. Ambas copiam
a extrema-direita em seus gestos contra a Europa e contra a imigração. E aí
está o resultado: a extrema-direita ganha eleições parciais e se situa pela
primeira vez à frente das pesquisas, concretamente, para as eleições europeias.
O que há de comum entre a
primeira e a segunda observação? O domínio quase absoluto da economia sobre a
política. As enormes diferenças entre Irã, Venezuela, China, Brasil quase
desaparecem diante da dependência dessas economias em relação à moeda imperial americana.
Na Europa, tudo começa pela
esquerda “copiando a direita em economia”. O resto é consequência. As divisões da
direita não atrapalham em nada as enormes taxas de lucros das grandes corporações.
A xenofobia é resultado da liberdade de circulação apenas para as mercadorias.
Pode parecer reducionismo. Mas
assim é o capitalismo. A cada crise, nos tornamos mais escravos dos mesquinhos
caprichos de sua economia.
Leia também: Dívida
pública já era fraude na época de Marx
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