"Ainda pequeno tive que
interromper minha educação para ir à escola", disse George Bernard Shaw
(1856-1950). O famoso dramaturgo irlandês é autor de várias frases espirituosas
como esta. Mas talvez jamais as produzisse se dependesse da “pedagogia” do século
21.
É que “zumbis” não costumam
ser muito criativos. E é este tipo de aluno que os “modernos” meios didáticos
estão gerando. O mais novo ingrediente dessa produção é a ritalina. Trata-se de
substância receitada por médicos para tornar cérebros infantis e adolescentes
mais concentrados nos estudos.
É o que revela o artigo “Ritalina,
a droga legal que ameaça o futuro”, de Roberto Amado, publicado no blog Diário
do Centro do Mundo, em 25/11. Segundo o texto, “com efeito comparável ao da
cocaína, a droga é receitada a crianças questionadoras e livres”. Sob seu efeito,
a criança “para de viajar, de questionar...”.
Mas a droga é só mais um produto
da ditadura da competição capitalista. A mesma que transforma escolas em
fábricas de “robozinhos sem emoções”.
A frase de Shaw está na introdução
do livro "Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças", de Javier
Naranjo. Recém-lançada no Brasil, a obra colombiana contém definições de crianças
pequenas para várias palavras. O nome do livro, por exemplo, surgiu da definição
de um garoto para a palavra Universo.
O livro mostra elaborações criativas,
que ganham sentidos poéticos e adivinham o sentido profundo de certos
conceitos. É o caso da definição de Igreja: “Onde as pessoas vão perdoar Deus”.
Ou de Solidão: “Uma novela de televisão”. Ou ainda de Professor: “É uma pessoa que
não se cansa de copiar”.
Leia também: Até
Machado achava escola um saco
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