O Shopping Center JK Iguatemi
esclarece que obteve liminar no sentido de proibir a realização do movimento
ROLEZAUM NO SHOPPIM nos limites do empreendimento, quer em sua parte interna ou
externa, sob pena de incorrer cada manifestante identificado na multa de R$ 10
mil por dia.
O texto acima é de um cartaz afixado na entrada de um dos mais luxuosos centros de compras de São Paulo. O tal “Rolezaum” é mais um dos “rolezinhos” que vêm acontecendo desde o final de 2013. São grandes turmas de jovens da periferia que combinam visitar os shoppings ao mesmo tempo.
Esse tipo de evento costuma
receber o nome de “flash mob” quando promovido por garotos ricos. Mas organizados por jovens pobres e negros, são
tratados como baderna. São violentamente reprimidos pela PM e cerceados por
medidas judiciais, como no caso do Iguatemi. Os jovens, por sua vez, começam a
considerar os “rolezinhos” uma forma de defender seu legítimo direito de ir e
vir.
De fato, a chamada Lei de
Economia Popular diz que é vedado ao comerciante “favorecer ou preferir
comprador ou freguês em detrimento de outro”. Mas uma sociedade desigual não
aplica leis ou garante a ordem para todos igualmente. Nem o sagrado direito
capitalista de consumir é capaz de superar o preconceito social e o racismo.
Trata-se de mais uma amostra
da “democracia racionada” que vem marcando a história brasileira. Para poucos e
para os de cima. Também podem ser as primeiras marolas que antecipam novas e
maiores ondas de indignação.
Pelo jeito, os donos do poder
não aprenderam nada com as manifestações de junho.
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Copa, democracia racionada, repressão abundante
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