Carlos Pinkusfeld Bastos publicou
um artigo importante sobre o desempenho econômico do governo Dilma. Trata-se de
“É a economia, estúpido?”, publicado pelo jornal argentino Página/12, em 24/02.
Os dados apresentados ajudam a entender porque Dilma continua bem avaliada pela
população.
Um exemplo é o crescimento do
PIB. Para 2013, espera-se uma modesta elevação de 2,5%. Mas, diz Bastos, o
desemprego está em 4,3%, o menor “da história para as regiões metropolitanas”. A
conclusão é óbvia: o emprego é muito mais importante para a população do que o PIB.
Outro fator importante seriam
aumentos reais nos salários: 1,8%, em média. Mas para trabalhadores não
registrados, o índice chegou a 5,6%. Sem falar no aumento real do salário mínimo
de 2,5%. A inflação também parece sob controle, ainda que pese cada vez mais
nos bolsos dos mais pobres.
Nada disso impede que o governo
continue a administrar um país que oferece uma das mais altas taxas de exploração
do trabalho no mundo. Os dados apenas mostram que a economia dificilmente apresentará
dificuldades suficientes para impedir a reeleição de Dilma.
Isso pode ser confirmado
pelas próprias jornadas de junho. Quando elas começaram, apenas a luta contra o
aumento das passagens era uma bandeira puramente econômica, apesar de ser a
mais importante.
A indignação popular parece ir
muito além das questões econômicas. Entre suas causas, há certamente um enorme descontentamento
com as instituições políticas e de representação em geral. As mesmas
que a direita dirige com facilidade e a esquerda tenta controlar desesperada e inutilmente.
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