É
o que diz Reza Aslan em seu livro “No god but God”. Segundo ele,
secularismo não é o mesmo que secularização. Citando o teólogo
protestante Harvey Cox, o autor diz que secularização é o processo
pelo qual “certas responsabilidades passam das autoridades
religiosas às autoridades políticas”. Seria uma evolução
histórica em que a sociedade se liberta gradualmente do “controle
religioso e de visões de mundo fechadas em sua metafísica”.
Já
o secularismo, é uma ideologia baseada na erradicação da religião
da vida pública. Um exemplo de país secular seria a Turquia, onde
sinais exteriores de religiosidade, como o véu islâmico, são
proibidos. Por outro lado, os Estados Unidos são um país
secularizado, afirma Aslan. Há quase duzentos anos Alexis de
Tocqueville já havia dito que a religião é a base do sistema
político americano. Ela não só reflete os valores sociais
americanos, mas muitas vezes os impõe, diz o autor.
Para
Aslan, o que define a democracia é o pluralismo, e não o
secularismo. E, segundo ele, o islamismo sempre teve compromisso com
a diversidade religiosa. Entre as escrituras das grandes religiões,
poucas podem superar o respeito com que o Corão fala de outras
tradições religiosas. Para demonstrar, o autor cita um verso
“indiscutível”: “Não pode haver compulsão na religião”.
Deus
pode ser único, diz Aslan, mas o islamismo jamais pretendeu ser a
única religião.
Leia também: As origens igualitárias da fé muçulmana
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