A esquerda ainda está
tentando compreender o que aconteceu em junho do ano passado, quando centenas
de milhares de pessoas revoltadas tomaram as ruas. Um texto chamado “A Dinâmica
dos Movimentos de Massa”, do marxista inglês Colin Barker, pode ajudar.
Muitos lamentaram o caráter
espontâneo das manifestações de 2013, quanto a isso Barker afirma:
O historiador Lawrence
Goodwyn, escrevendo sobre o movimento operário polonês, observa que, quando os
historiadores usam o termo “espontâneo”, o que eles realmente querem dizer é
que na realidade não sabem o que aconteceu.
Se trocarmos “historiadores”
por “militantes de esquerda” na citação, podemos ampliar seu alcance e
precisão.
À crítica ao espontaneísmo geralmente
seguem-se cobranças pela elevação da “consciência de classe”. Em relação a
isto, Barker lembra que a “consciência de classe” não é um “sistema plenamente
formado de ideias que pode (...) ser adquirido em livros”. Não adianta alguém
saber o que é a teoria da mais-valia, por exemplo, mas dizer que “não há nada a
ser feito em seus locais de trabalho ou suas comunidades porque todos são
‘atrasados’ demais”.
Finalmente, há os que só dão
importância às grandes lutas e acontecimentos. A estes, o recado do texto é o
seguinte:
Pequenas lutas preparam o
caminho para movimentos maiores. Nelas os trabalhadores começam a medir a si
próprios contra seus patrões e governantes com um pouco mais de confiança, em
um processo molecular de mudança de consciência (...). Essa é a razão para que
os socialistas prestem tanta atenção a pequenas greves e campanhas locais.
Leia também: Revolução é fúria e consciência
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