Em setembro, ocorreu o referendo sobre a
independência escocesa. No dia 29 deste mesmo mês, 150 anos atrás, era criada a
Associação Internacional dos Trabalhadores. Em 1864, algumas dezenas de socialistas
se reuniram em Londres para afirmar que os trabalhadores só podem alcançar a
vitória organizando-se mundialmente.
Estávamos distantes dos atuais níveis de globalização,
mas como disse Daniel
Bensaid, em seu “Marx, manual de instruções”:
Do mesmo modo que a globalização vitoriana, por
ocasião das grandes exposições universais de Londres e Paris, favoreceu a
internacionalização do movimento operário emergente e a criação em 1864 da
Primeira Internacional, também a globalização neoliberal suscita uma
globalização planetária das resistências. Assim comprova a gênese do movimento
alterglobalista, da insurreição zapatista de 1o de janeiro de 1994
aos fóruns sociais mundiais de Porto Alegre, Mumbai e Nairóbi, passando pelas
manifestações de Seattle contra a reunião de cúpula da Organização Mundial do
Comércio em 1999 e as da primavera de 2003 contra a guerra do Iraque. Comparado
ao internacionalismo do século XIX, esse novo internacionalismo enfrenta não
apenas os capitalismos nacionais como as empresas multi ou transnacionais e um
capitalismo financeiro extremamente globalizado.
No entanto, a luta escocesa pela independência nacional
tem que ter o apoio dos socialistas. Por trás dela está o repúdio à austeridade neoliberal que os governantes britânicos defendem. A mesma que causa enormes tragédias sociais na Europa e em outros lugares do mundo.
Quando as lutas nacionais se opõem à globalização
capitalista, os internacionalistas têm o dever de apoiá-las. Mas jamais devem esquecer
que a pátria dos socialistas é a classe trabalhadora.
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