Voltamos
ao artigo ”How Will CapitalismEnd?”
em que Wolfgang Streeck considera o fim do capitalismo inevitável. Um de seus trechos
diz:
Em contraste com a década de 1930, não há hoje nenhuma
fórmula político-econômica no horizonte, à esquerda ou à direita, que possa
fornecer às sociedades capitalistas um novo regime coerente de regulação. (...)
as partes se encaixam cada vez menos no todo.
Para o
autor, o sistema capitalista sofre hoje de “pelo menos cinco desordens cada vez
mais agudas, para as quais não há cura: o crescimento decrescente, a
oligarquia, a inanição da esfera pública, a corrupção e a anarquia
internacional”.
Desse modo,
conclui ele, é hora de “permitirmos que o capitalismo desmorone por si mesmo”.
De fato,
as enormes contradições apontadas por Streeck já provocam consequências sociais
gravíssimas. Mas nos limitarmos a esperar que desemboquem em um “colapso final”
equivale a escolher a catástrofe generalizada como única saída.
No máximo,
poderíamos organizar apostas sobre a data em que ocorrerá o inesquecível evento.
Felizmente,
a dialética da luta de classes nos mostra exatamente o contrário disso. Apesar
da desorientação generalizada entre as forças de esquerda, há muita resistência anticapitalista
por parte dos explorados e oprimidos mundo afora.
Precisamos
participar dessas lutas com a humildade lúcida de quem sabe que não há um
desfecho seguro. Mas também com a coragem de afirmar que sem a ação das
maiorias pela destruição do capitalismo, acabaremos quase todos na mesma sepultura.
Continuamos,
portanto, diante do dilema histórico popularizado por Rosa Luxemburgo já no início do século 20: “Socialismo
ou barbárie”.
Não tem bolão porque a aposta é uma só.
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