Trecho da coluna de Samy Dana, no Globo do dia 05/06:
Os profissionais de marketing são
capazes de prever o seu trajeto dentro do supermercado — e organizam os
produtos de modo estratégico com base nessa rota. Por exemplo, temos uma
tendência a virar à direita quando chegamos em algum lugar. Por essa razão, as
marcas costumam pagar a mais para serem posicionadas à direita nos corredores.
Os vegetais bem na entrada também não
são colocados ali aleatoriamente. Na verdade, temos uma sensação de bem-estar e
satisfação ao colocar produtos saudáveis no carrinho primeiro. Isso “alivia”
nossa mente para incluir os produtos não tão saudáveis em seguida.
(...)
Além disso, o velho conselho de não ir
às compras com fome também é crucial. Ou você acha mesmo que a padaria do
supermercado posicionada bem perto da entrada e com aquele delicioso cheiro de
pão quentinho é algo aleatório?
E conclui: “Ao entrarmos nesses centros de consumo,
tendemos a comprar mais com nossos sentidos do que com a razão”.
E os ideólogos neoliberais ainda querem nos convencer de
que o sistema social ideal é aquele em que as leis de mercado atuam sem freios.
Seriam elas que nos permitiriam fazer as melhores escolhas, de modo livre e
racional.
Mas a descrição acima mostra apenas uma pequena parte do
enorme emaranhado de consumismo em que nos enredamos diariamente. Nele, somos orientados
a agir como ratos de laboratório atraídos por iscas sensoriais. Depois do
estímulo vem a recompensa, mas a saída do labirinto nunca chega.
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