“Por um partido lulista, burguês e
reformista!”. O autor deste título admite que se trata de uma provocação. “Mas
não no sentido negativo e sim no positivo de provocar o debate sobre nosso
projeto político para o Brasil”, afirma Washington Siqueira Quaquá.
Na condição de presidente estadual
do PT-RJ, é importante prestar atenção ao artigo.
O tom inicial do documento é de
autocrítica. Diz, por exemplo, que o PT nunca assumiu “uma briga frontal contra
os meios de comunicação antinacionais e antipopulares, em especial a Rede Globo”.
Afirma, ainda, que “nossa tática
depois de 1989 e, em especial, no ano da vitória em 2002, foi a da conciliação
de classe sem construção de retaguardas.”
Admite que, sob os governo petistas,
“uma geração inteira” mais formou “burocratas longe da luta social, do que
forjou militantes da transformação social”. Palmas!
Mas eis que o texto saúda a “vinda
do Renan” em apoio a Lula como:
Um passo à frente diante da
hegemonia golpista. É o primeiro peso-pesado do establishment político que se
desloca para o nosso campo. Abre caminho pra outros e também daqui há pouco
para setores da elite econômica.
Seria a este tipo de reformismo que se
referia o título do artigo? Haja provocação!
Enquanto isso, em 22/08, a Folha
publicou entrevista com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Perguntado sobre
as eleições de 2018, o presidente do Banco Central dos dois governos Lula
afirmou: “Se me perguntar quem vai ganhar, acredito que uma mensagem reformista
deve ganhar".
Quaquá e Meirelles falam de reformismos
diferentes. Mas se depender do primeiro, o segundo é que está certo.
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Sergio, Sergio, o título do artigo citado me lembrou Balzac. Como assim? Sim, como sabe Balzac é muito citado nos estudos de estética como um artista que mesmo monarquista, quando da realização do seu trabalho, conseguia desnudar e denunciar essa mesma monarquia. O título, a frase citada que você aplaude corretamente, parecem tratar de alguém que mesmo petista consegue enxergar e denunciar os problemas desse partido. Mas, mais pra frente, quando ele se anima com a vinda do Renan em apoio ao Lula, infelizmente percebemos que não se trata de um político-artista balzaquiano.
ResponderExcluirÉ isso aí, Marião. Olha só esse trecho sobre Balzac numa carta de Engels para Marx: “...que Balzac tenha sido forçado a ir ao encontro de suas próprias simpatias de classe e de seus preconceitos políticos, que tenha visto a inelutabilidade da queda de seus aristocratas queridos e que os tenha descrito como indignos de melhor sorte; que tenha visto os verdadeiros homens do futuro apenas onde se podiam encontrar, na época, isto eu considero um dos maiores triunfos do realismo e uma das maiores particularidades do velho Balzac”.
ExcluirLinda passagem do Engels. Acho que foi você mesmo que citou o Engels em um Pílula em que ele recomenda a uma jovem artista que não faça obras revolucionárias, e sim realistas, porque estas sim são revolucionárias (ou algo nesse sentido).
ExcluirNão lembro. Também, são 1.650 pílulas.
ExcluirVou ver se acho
Abraço!