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24 de outubro de 2017

A Revolução Russa aprende a ser cruel

Segundo Trotsky, a Revolução Russa não nasceu cruel, mas aprendeu a ser cruel. Principalmente, com a guerra civil que se seguiu.

Quando os sovietes tomaram o poder em São Petersburgo, registrou-se apenas uma morte. No dia seguinte, em Moscou, foram 300 revolucionários mortos. Era a primeira aula de brutalidade.

Abaixo, alguns episódios descritos no livro “História da Guerra Civil Russa 1917 – 1922”, de Jean-Jacques Marie.

No rastro da tomada do poder pelos sovietes na Rússia veio a revolução finlandesa em janeiro de 1918. Mas o levante foi massacrado.

Cerca de 80 mil Vermelhos são levados para os primeiros campos de concentração da guerra civil: 12 mil morrem de fome e tifo, sem contar os que são fuzilados.

(...)

Tribunais de exceção constituídos em meados de maio de 1918 julgam em alguns meses 67.788 Vermelhos: 90% são condenados à prisão, sem contar 555 condenados à morte, a metade é executada.

(...)

Os acontecimentos da Finlândia soam como um aviso para os bolcheviques: se forem vencidos, serão liquidados e massacrados como os operários socialdemocratas de esquerda finlandeses.

Em 12 de janeiro de 1918, em Kiev, Ucrânia, 5 mil operários bolcheviques se rebelam e proclamam o poder dos sovietes.

Em 22 de janeiro, tropas contrarrevolucionárias reagem. Fuzilam 1.500 operários.

No dia seguinte, o Exército Vermelho toma Kiev de assalto. Em represália ao assassinato dos 1.500 operários, 400 oficiais são fuzilados.

Finalmente, em 23 de fevereiro, os soldados vermelhos retomam o controle total da região. As forças contrarrevolucionárias fogem.

Lênin acreditava que a guerra civil estava terminada, mas era apenas o início de um aprendizado brutal.

Leia também: Soldados chineses na Guerra Civil Russa

Um comentário:

  1. guerra a palavra mais triste quem tem Deus tem paz quem tem Deus tem amor quem tem Deus nao faz guerra

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