O
Facebook parece estar passando por uma crise séria. À frente da crise,
acusações de que agentes do governo russo teriam usado a plataforma para
espalhar mensagens falsas que teriam influenciado as últimas eleições
presidenciais estadunidenses. As chamadas “fake news”.
Mas
por trás dessa confusão, parece haver muito mais. Há algum tempo, gigantes da
grande mídia vêm reclamando do comportamento de gigantes das redes, como
Facebook e Google. Eles não só vêm atraindo muito mais anunciantes, como
compartilham conteúdo dos grandes veículos de comunicação sem pagar por ele.
O
pretexto é combater a indústria de “likes”, cuja lógica despreza o quanto de
veracidade há numa informação. Vale apenas o quão rápida e amplamente ela
circula. O que importa é seu valor de troca. Seu valor de uso, enquanto verdade,
torna-se só mais um detalhe.
Mas
tudo isso é só a radicalização de uma tendência mais antiga. No capitalismo, o
valor de troca acaba por dominar o valor de uso em todos os campos da vida
humana. Desse modo, aqueles jornais “populares” que, torcidos, despejam sangue
são apenas uma versão menos sofisticada da “respeitável” imprensa empresarial.
Que
isso tenha ficado tão evidente nas redes virtuais permitiu abrir uma brecha que
a grande mídia pretende aproveitar para recuperar o mercado que seus rivais lhe
tomaram.
Nos
Brasil, ocorre algo parecido. De repente, a grande imprensa tornou-se campeã do
combate às fake news. Mas, aqui, o oportunismo envolve a execução de uma
liderança que era mulher, socialista, preta e homossexual. Representa tudo a que
se opõem esses pretensos defensores de sua memória.
A
falsidade nunca foi tão verdadeiramente imoral.
Muito bom, isso mesmo, precisamos bater até cansar explicando conceitos básicos do marxismo como "valor de troca" e "'valor de uso".
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