Para alguém nascido entre os 10% mais pobres nos Estados Unidos, especialmente os negros, a chance de ser encarcerado é, pelo menos, cinco vezes maior que na China.
O trecho acima é do
livro “A China venceu?”, de Kishore Mahbubani e serve para relativizar a imagem de que o sistema político chinês seria muito mais repressivo que o
estadunidense.
Mas a questão é mais complexa, admite o autor. Segundo ele:
Na
cultura política chinesa, o maior medo é do caos. Quando o povo chinês pode
escolher entre um forte controle central e o caos da competição política, eles
tendem a escolher quase instintivamente a primeira alternativa.
Para reforçar essa ideia, ele lembra as consequências do "Grande Salto Adiante". Esta política criada por Mao Tsé-Tung, em 1958, teria matado de fome até 30 milhões de chineses.
Episódios como esse, afirma o autor, mostrariam aos chineses que eles possuem margens muito estreitas para erros. Desse modo, seria melhor privilegiar a ordem a arriscar mudanças mais ousadas.
Mas, além disso, haveria outro elemento importante, diz Mahbubani. Trata-se do fato de que nos últimos trinta anos, muitas sociedades do mundo sofreram enorme frustrações com os modelos democráticos liberais ocidentais.
Nada do que está aí acima legitima o sistema de dominação chinês. Apenas mostra como as chamadas democracias ocidentais estão muito longe de servir como referência para a luta dos trabalhadores chineses.
Especialmente, a democracia racista estadunidense.
Leia também: Estados Unidos x China: caçando com o gato chinês
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