Nas entrevistas que
deu por ocasião do lançamento de sua biografia sobre Marx, o professor José
Paulo Netto afirmou que se tivesse oportunidade de passar um fim de
semana com Marx, aprenderia muito. Mas se essa mesma oportunidade lhe fosse
dada com Engels, também aprenderia muito, mas se divertiria mais.
É a pura verdade. Marx tinha seus momentos cômicos e divertidos, mas Engels era
o rei das festas e celebrações. Se, por um lado, era obrigado a comparecer aos
banquetes da elite de Manchester para manter seu disfarce burguês, o que ele
gostava mesmo era das bebedeiras nas cervejarias proletárias que frequentava
discretamente com Mary Burns.
Assim, mesmo sendo ateu, Engels jamais deixaria de festejar o Natal. Afinal,
dizia ele fazendo coro com Marx, era a celebração do nascimento de uma criança
que viria a ser uma liderança dos pobres. E sempre que podia, garantia uma
farta mesa natalina para a família Marx e amigos.
Em um desses momentos, Engels trouxe para a ceia, além de muita comida, várias
garrafas de um vinho que não devia estar muito bom. O resultado foi uma ressaca
que atingiu todo mundo, incluindo as crianças.
Mas incidentes desse tipo jamais afetaram o ânimo festivo daquela comuna
localizada em Londres, sempre aberta a exilados e revolucionários e financiada
pelo burguês mais perigoso de todos os tempos.
Que as festas de fim de ano sejam como as organizadas por Engels. Com muita
fraternidade, alegria abundante, mas ressacas moderadas. Sempre com máximo respeito
aos que lutam, trabalham e conspiram pela liberdade e igualdade humanas. Tudo
isso, claro, sem aglomeração.
Até 2021!
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