É muito provável que durante os seis anos de guerra não houvesse outro organismo onde os países inimigos estabeleceram oficialmente uma colaboração tão sistemática, afirma o autor. Nada mais lógico. Por um lado, é precisamente no plano financeiro que a internacionalização do capital chegou mais longe, já que o dinheiro circula muito fácil e velozmente. Por outro lado, no plano estritamente técnico, as operações envolvidas ficaram distantes dos olhos leigos das populações tão duramente afetadas por elas.
A existência do BCI reunindo pacificamente todas as partes das nações beligerantes prova que o capital estava já completamente globalizado.
Bem antes do final da guerra, a tecnocracia financeira do Reich se ocupava, juntamente com os seus colegas anglo-americanos, em definir o lugar da Alemanha vencida num mundo politicamente democrático e economicamente liberal. Os serviços de espionagem nacional-socialistas pressentiam os novos rumos ou até os conheciam e tomavam parte neles.
Era a concórdia reinando entre os capitalistas em suas salas acarpetadas, fossem liberais ou fascistas. Independente de suas nacionalidades, os donos dos meios de produção sempre tiveram uma única pátria, a do capital. Enquanto isso, para os soldados nas trincheiras e as populações bombardeadas nas cidades, a única paz possível sempre foi a dos cemitérios.
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