Seguem, abaixo, mais relatos do livro “Libertação Negra e Socialismo”, de Ahmed Shawki.
Como resultado de seu forte trabalho no movimento sindical e firme combate às injustiças do aparato jurídico-policial contra a população negra, o número de membros negros do Partido Comunista estadunidense cresceu de 200, em 1930, para 7 mil, em 1938.
Num momento em que, legalmente ou não, a segregação racial era uma realidade em todo o país, o PC surgia como a única organização nacional que reunia brancos e negros.
Daí, o medo da classe dominante branca dos efeitos da propaganda comunista entre os negros. Mas com o início da Segunda Guerra, a política de Frente Popular imposta por Moscou moderou a linha do partido.
O PC tornou-se o mais ardoroso defensor da intervenção aliada na guerra e subordinou tudo a esse objetivo, incluindo o direito de greve dos trabalhadores e a luta pelos direitos dos negros.
Os comunistas acomodaram-se aos liberais do Partido Democrata, que se recusavam a desafiar a segregação racial para não descontentar sua ala sulista. Enquanto isso, o presidente Roosevelt negava-se a apoiar uma legislação contra linchamentos em uma época em que dezenas deles massacravam negros todos os anos.
Em 1939, como resultado do pacto Hitler-Stalin, o partido recuou da política de frente única e passou a fazer oposição a Roosevelt. Com a invasão da Rússia por Hitler, voltou a apoiar Roosevelt. Chegou, inclusive, a apoiar vergonhosamente a internação de descendentes de japoneses estadunidenses em campos de concentração.
Por essas e outras, o PC foi perdendo força até tornar-se um satélite na disputa política entre democratas e republicanos.
Leia também: O PC estadunidense e a libertação negra
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