Entre 1910 e 1920, o número de trabalhadores industriais negros cresceu de 550 mil para 900 mil nos Estados Unidos. Mas a central sindical AFL relutava em organizar esse setor e os patrões puderam usar o racismo para dividir ainda mais os trabalhadores.
Foi nessas condições que Marcus Garvey fundou a Associação Universal para Melhoria dos Negros (UNIA, em inglês) e a transformou na maior organização nacionalista negra até então. Seu maior objetivo, “unir todos os povos negros do mundo em um grande corpo para estabelecer um país e um governo absolutamente próprios”.
Garvey trouxe contribuições positivas para a resistência e a luta dos negros nos anos 1920. Mas logo surgiram elementos reacionários. Em seu entusiasmo nacionalista, ele chegou a elogiar as grandes potências imperialistas por terem ajudado a "civilizar" os negros.
Em seguida, passou a considerar os supremacistas brancos os únicos verdadeiros amigos dos negros. Afinal, eles entendiam a necessidade de pureza racial. Não eram hipócritas como os outros brancos, dizia ele.
Em 1937, Garvey chegou ao fundo do poço. Deu uma entrevista em Londres na qual afirmou: “Fomos os primeiros fascistas. Quando tínhamos 100 mil homens disciplinados e treinávamos crianças, Mussolini ainda era um desconhecido. Ele copiou nosso fascismo”.
Quando o governo estadunidense o deportou, em 1927, a UNIA entrou em colapso. Apesar disso, Garvey deixou para trás milhares de ativistas em lutas comunitárias, sindicais e políticas. Muitos deles ou seus filhos emergiriam como líderes-chave nas lutas das décadas posteriores.
O relato acima está no livro “Libertação Negra e Socialismo”, de Ahmed Shawki. A seguir, a presença dos comunistas nas lutas dos negros estadunidenses.
Leia também: O populismo insurrecional do sul estadunidense
Na base de tudo está o NARCISISMO...muito humano! Essa foto, aliás, é sua maior manifestação.
ResponderExcluirPode ser, mas não atribuiria tudo a apenas um fator. Como dizia o velho barbudo, a realidade é resultado de múltiplas determinações. Abraço
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