As palavras acima são do biólogo estadunidense Roger Payne e aparecem na reportagem “Can We Talk to Whales?” (“Seremos capazes de conversar com baleias?”), recentemente publicada na revista New Yorker. Payne trabalha na Iniciativa de Tradução de Cetáceos, criado em 2017. A sigla do projeto em inglês é “Ceti”, lembrando propositalmente “Seti” (Search for Extraterrestrial Intelligence), cuja tradução é “Busca por Inteligência Extraterrestre” e está em operação desde os anos 1980.
Mas enquanto o Seti procura inteligência nas estrelas, o Ceti volta seus esforços para gravar a linguagem usada pelas baleias cachalotes. As gravações estão sendo feitas na ilha caribenha da Dominfica. Com caráter interdisciplinar, a iniciativa inclui biólogos e linguistas, mas também pesquisadores de inteligência artificial (IA), robótica e computação.
Pois é, não se trata de entrar em contato com possíveis civilizações alienígenas como nas obras de ficção científica, mas robôs e cérebros eletrônicos também estão envolvidos.
Os robôs são, principalmente, para capturar os sons nas enormes profundidades a que chegam as baleias. A inteligência artificial, para dar conta das milhares de combinações possíveis na enorme massa de áudios já captados.
Agora, é torcer para que das profundezas oceânicas nos cheguem bons conselhos sobre como poderemos escapar das catastróficas confusões ambientais que estamos provocando. Isso se não fizermos ouvidos moucos, claro.
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Blog de Sérgio Domingues, com comentários curtos sobre assuntos diversos, procurando sempre ajudar no combate à exploração e opressão.
Doses maiores
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7 de setembro de 2023
Seremos capazes de ouvir as baleias?
A inspiração é a chave. Se pudéssemos comunicar com os animais, fazer-lhes perguntas e receber respostas – por mais simples que essas perguntas e respostas possam revelar-se – o mundo poderá em breve ser motivado o suficiente a, pelo menos, iniciar um processo capaz de deter a destruição descontrolada da vida.
O algoritmo poderia mentir para dominar? Mentir sobre a conclusão do estudo para gerar uma sedimentação ideológica? Apagar rastros da história que denunciem a estrutura intelectual dominante? Como saber se a teoria da relatividade é comprovadamente verdadeira ou foi tao endurecida na academia que contesta la soa herético? Quântico o quê? Rsrs. Enfim, a ciência nao esta se distanciando do homem medio propositadamente para manter o processo de dominação?
ResponderExcluirSim. Como acontece com quase tudo na sociedade de classes, acho que a ciência serve a interesses da classe dominante, mesmo que para fazer isso com eficiência também seja obrigada a respeitar muitos de seus próprios princípios epistemológicos. Abraço
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