Edward Said foi um estudioso e militante árabe, nascido em Jerusalém. Sua obra mais conhecida é “Orientalismo”, na qual denuncia a criação ocidental de uma visão distorcida, mostrando o mundo oriental como domínio de bárbaros.
Defensor da causa palestina, Said publicou um artigo chamado “A Manhã Seguinte”, em outubro de 1993, pouco depois da assinatura dos Acordos de Oslo, em que palestinos e israelenses firmaram um acordo de paz, em Washington. Segundo Said foi um:
...espetáculo degradante ver Yasser Arafat agradecendo a todos pela suspensão da maioria dos direitos do seu povo e a solenidade tola do desempenho de Bill Clinton, como um imperador romano do século XX pastoreando dois reis vassalos pelos rituais de reconciliação e obediência. Tudo isso apenas temporariamente oculta as proporções verdadeiramente assombrosas da capitulação palestina.
Said cita o Hamas como uma das organizações palestinas que repudiou os acordos. Mas destaca sua pouca influência, naquele momento, e a existência de uma oposição palestina secularista e democrática, comprometida com uma solução verdadeiramente justa.
Pouco antes, em 1987, havia ocorrido a Intifada, quando milhares de palestinos foram às ruas protestar contra a invasão israelense. Armados apenas com pedras, mais de mil jovens e crianças foram covardemente mortos pelas tropas israelenses. Nessa luta entre Davi e Golias, Israel assumiu o papel de gigante cruel.
A rendição representada pelos acordos de Oslo foi protagonizada pela Organização de Libertação da Palestina (OLP). À sombra desta vergonha, o Hamas, grupo religioso e intolerante, ganhou força. Contou, inclusive, com a omissão israelense, que desejava seu fortalecimento para enfraquecer a OLP.
É desse modo que o Golias sionista continua massacrando.
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