Em 16/02/2024, Pedro Doria publicou o artigo “Como lidar com riqueza digital?”. Segundo o texto, recentemente Sam Altman, alto executivo da empresa de Inteligência Artificial OpenAI, deu uma entrevista em que declarou:
No meu grupo de chat com outros executivos de tecnologia temos um bolão para ver quem acerta o ano em que teremos a primeira empresa que vale US$ 1 bilhão com uma só pessoa.
Em seguida, o colunista explica que até 20 anos atrás, companhias avaliadas em US$ 1 bilhão tinham “parques fabris espalhados pelo planeta e centenas de milhares de funcionários”.
Já as atuais corporações tecnológicas que chegaram ao US$ 1 bilhão empregam somente algumas dezenas de milhares de trabalhadores. Agora, a utilização da inteligência artificial possibilitaria criar firmas com valor de mercado bilionário, empregando uma única pessoa, seu proprietário.
O articulista afirma que tais companhias poderiam ser pesadamente taxadas. Desse modo, financiariam um programa de renda mínima universal para socorrer os que tiverem seus empregos eliminados. Só que essa conta não fecha. O mesmo neoliberalismo que incentivou a criação dessas enormes corporações eliminadoras de empregos é especialista em transferir a carga fiscal do grande capital para os trabalhadores.
Claro que ainda há diversas atividades que exigem muita força de trabalho humana. Mas que a atual vanguarda tecnológica da economia capitalista trabalhe para aumentar ainda mais a concentração de patrimônio e riqueza mostra o tipo de sociedade que pretende construir.
E confirma que o propósito maior da inteligência artificial é descartar trabalho humano, contribuindo para condenar grandes parcelas da população ao subemprego, superexploração e desemprego.
A verdadeira aposta é na barbárie.
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