Ela é considerada a criadora do primeiro algoritmo cibernético da história. Filha do poeta Lorde Byron e da frequentemente esquecida matemática Anne Isabella Milbanke, Ada Lovelace foi assistente do pioneiro da computação Charles Babbage. Ambos trabalhavam na engenharia de produção da indústria de tecelagem da Londres do século 19.
Ada elaborou um conjunto de instruções a serem executadas por teares mecânicos que teve papel fundamental para a ciência da computação. Ela, porém, dava a essas instruções o nome de “diagrama” no lugar de “algoritmo”.
As operações que Ada criou incluíam a manipulação abstrata de qualquer entidade, não apenas de números. Desse modo, atribuiu um significado mais amplo para a definição de automação. Esta concepção de uma máquina que manipula símbolos de acordo com regras levou a uma transição fundamental das operações de cálculo para a computação de uso geral.
Infelizmente, tanto as contribuições de Babbage como as de Ada pertencem a uma época em que as hierarquias sociais e as apropriação dos saberes dos trabalhadores foram mistificadas e ocultadas pelo culto à genialidade de cientistas a serviço da burguesia. Como disse o historiador da computação Simon Schaffer, “Lovelace nunca viu maiores problemas na substituição da inteligência dos tecelões por uma série de cartões de programa, nem no desemprego a que foram condenados muitos trabalhadores qualificados de Londres.”
As informações são do livro “The Eye of the Master: A Social History of Artificial Intelligence” ou “O Olho do Mestre: Uma História Social da Inteligência Artificial”. Ainda sem tradução para o português, a obra é do filósofo italiano Matteo Pasquinelli e será tema de novas pílulas em breve.
Leia também: Racismo e machismo na conquista espacial
Eu não sei quando e por que entrou essa palavra algoritmo. Quando fiz informática chamávamos de código e o processo de lógica do programa de algoritmo. Se entendi direito, por essa frase a Lovelace era boa na codificação mas ruim no social: “Lovelace nunca viu maiores problemas na substituição da inteligência dos tecelões por uma série de cartões de programa, nem no desemprego a que foram condenados muitos trabalhadores qualificados de Londres.”
ResponderExcluirSim. Era uma burguesa. Quanto ao termo algoritmo, vem de algorismus (algarismo também né?), que é uma latinização do nome do estudioso persa Muhammad ibn Musa al-Khwarizmi, bibliotecário-chefe da Casa da Sabedoria em Bagdá, que escreveu um livro sobre cálculo por volta de 825 dC. Do livro que citei na pílula.
Excluir