Doses maiores

18 de maio de 2024

Jornalões também podem fazer mal à saúde

“Philip Morris e Folha de S. Paulo se unem para checagem de fatos”, diz a revista Meio & Mensagem, em 26/04/2024

É isso mesmo. A Folha e uma empresa tabagista se uniram para criar a agência “Checamos”, que pretende combater fake news compartilhadas nas redes virtuais.

Mas que bela parceria hein, Folha? O problema não é apenas se aliar a uma poderosa produtora de uma das substâncias que mais causam dependência química, doenças e mortes.

Como alertam vários estudos, em especial um da Fiocruz, durante décadas, os grandes fabricantes de cigarros fizeram uso das seguintes táticas para influenciar as pesquisas científicas e desvincular seus produtos das patologias que causam:

–  Criar dúvidas sobre evidências, negando publicamente a relação entre fumo e câncer e o alto poder da nicotina na geração de dependência química;

–  Desviar a questão da ligação causal entre fumo e câncer para uma série de outros temas, como doença hereditária ou cigarros saudáveis.

Além disso, recentemente a Organização Mundial da Saúde, lançou uma campanha para “proteger os jovens da indústria do tabaco e dos seus produtos mortais”. O nome da campanha? "Parem as Mentiras".

Eis um exemplo do que está na raiz da onda de fake news que invade a sociedade no mundo todo. A extrema direita apenas se aproveita com mais eficiência e descaramento daquilo que o grande capital sempre fez. Manipular e distorcer a verdade para aumentar seus lucros.

Talvez fosse bom estender aquele aviso impresso nos maços de cigarro aos produtos de quem se une à indústria mortal do tabagismo. Eles também podem fazer muito mal à saúde da comunicação pública.

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O combate ao terrorismo como pretexto

4 comentários:

  1. Não me causa estranheza a Folha se unir a um produtor de fake new e mortes.

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  2. A industria cultural, ideologicamente manipuladora, suasiva e persuasiva, possui uma força imensa de construção das consciencias dos trabalhadores, (ja enfraquecidas pelo trabalho alienado e pela educação). Além da escola de Frankfurt, há outros estudiosos do fenomeno de manipulação das massas, no qual se incluiria "mensagens sublininares"(meu teclado nao tem interrogação rss). Eu não conheco nada sobre isso, mas a industria tabagista usou muito desses recursos de forma muito evidente ( já não seria "subliminares" rsrs). Mas percebo o crescimento de alguns "gatilhos" ( agora nas midias sociais também). Se conhecer algo nesse sentido, mostre pra gente.

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