Doses maiores

13 de junho de 2024

Europa: preparando o terreno para o fascismo

O resultado das eleições para o Parlamento Europeu foi divulgado com alarde pela imprensa. Forças fascistas e ultraconservadoras de França, Alemanha e Itália conquistaram muitas cadeiras, sinalizando um avanço ainda maior da extrema direita no continente, diz a grande mídia.

Mas isso é só parte da verdade. O artigo de Antônio Martins publciado no portal Outras Palavras começa a explicar a situação por seu título “Europa: o Partido da Guerra perdeu”. O autor refere-se principalmente às forças partidárias do presidente da França, Emmanuel Macron, e do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. Com as votações pífias em seus respectivos partidos, os dois chefes de governo foram desmoralizados. Ambos apoiaram com entusiasmo a guerra promovida pelos Estados Unidos contra a Rússia, através da Ucrânia. A verdade é que tanto franceses como alemães sentiram as consequências desse apoio devido aos problemas econômicos causados pelo rompimento comercial com a Rússia e aos cortes nos programas sociais para aumentar gastos militares.

Enquanto a guerra continua matando e destruindo, sem uma derrota da Rússia no horizonte, milhões de europeus desacreditam de seus governos e procuram alternativas. Infelizmente, praticamente toda a esquerda alemã e francesa é favorável à guerra. Resultado: a revolta e o ressentimento popular foram facilmente capitalizados pelas forças ultraconservadoras, cujo autoritarismo, racismo, xenofobia e selvageria social perderam importância diante das denúncias contra a guerra.

Como diz Martins, governos ditos democráticos que se subordinam aos interesses de minorias ricas e ao imperialismo preparam o terreno para o fascismo. A situação no Brasil tem muitas diferenças, mas elas não são tantas que nos livrem de passar pelo mesmo.

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Um comentário:

  1. Interessante. Que esquerda é essa que apoiou a guerra? É uma pergunta de verdade, não retórica, mas em parte pode até ser.

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