Em seu livro “The People's Republic of Walmart”, Leigh Phillips e Michael Rozworski afirmam que as guerras e o planejamento econômico têm uma longa história em comum. E os grandes conflitos do século 20 exigiram planejamento e inovação em grande escala, impulsionados pelo setor público.
Não à toa, a estatização das fábricas russas, pouco depois da Revolução Russa, aconteceu durante um período chamado de “comunismo de guerra”. Cercado por quase duas dezenas de exércitos imperialistas, restavam poucas opções ao poder soviético, se não uma pesada intervenção estatal para concentrar os esforços econômicos na defesa da revolução.
Criado em fevereiro de 1921, o Comitê Estatal de Planejamento foi encarregado de elaborar um plano econômico único para toda a União Soviética. Para isso, criou aquele que provavelmente foi o primeiro sistema de contas nacionais da história.
Quando a Segunda Guerra Mundial começou, pode-se dizer que a União Soviética já funcionava como uma única fábrica abarcando um território correspondente a um sexto do mundo.
O planejamento se mostrou eficaz em relação às decisões brutas e de larga escala necessárias a indústrias básicas como mineração, siderurgia, manufatura pesada e geração de eletricidade. Mas com o fim da guerra, os itens de consumo se tornaram prioridade. O número de mercadorias explodiu, junto com a complexidade de rastrear, avaliar e reconciliar todos os fatores de produção, reduzindo as probabilidades de erro.
Se o planejamento soviético se baseasse em mecanismos democráticos e transparentes de decisões e informações, esses obstáculos poderiam ter sido superados. Mas décadas de autoritarismo stalinista cobraram seu preço e o sistema começou a estagnar, a caminho do colapso.
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