Doses maiores

15 de julho de 2011

Estados Unidos mais baratos que a China?

José Martins é responsável pelo boletim “Crítica Semanal da Economia”. A publicação é do Núcleo de Educação Popular 13 de Maio. Há 26 anos, traz dados importantes e boas análises. Na edição 1.065, uma informação surpreendente:
Com elevação dos salários chineses em cerca de 17% ao ano e apreciação do yuan, o fosso entre os salários chineses e os dos EUA diminuirão rapidamente. Enquanto isso, flexibilização da regras trabalhistas e um conjunto de incentivos governamentais estão fazendo muitos estados dos EUA – como Mississipi, Carolina do Sul, Alabama – cada vez mais competitivos como bases de baixo-custo para o abastecimento do mercado dos EUA... Os trabalhadores e os sindicatos estão mais dispostos a aceitar concessões para trazer empregos de volta para os EUA. O apoio de governos estaduais e municipais pode ser o fiel da balança.
O trecho acima é de um relatório da Boston Consulting Group (BCG), poderosa empresa norte-americana de consultoria. Basicamente, diz que pode haver uma convergência de custos entre as economias estadunidense e chinesa. A primeira em recessão, conta com trabalhadores mais qualificados, aceitando receber salários menores. A expansão da segunda vem aumentando o preço da força de trabalho, sem o correspondente aumento na produtividade. Daí, a recomendação para que as empresas americanas considerem permanecer em seu país ou voltar a ele.

Pode ser uma previsão apressada, mas faz sentido. Baseia-se na única coisa coerente no funcionamento do capitalismo. Os capitais migram para onde surgem promessas de lucros maiores. Mesmo que isso provoque reviravoltas estonteantes. Mais uma!

Leia também: As rachaduras da ponte chinesa

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A gente pode dizer que o capitalismo equaliza as coisas: distribui pobreza a cada vez mais gente.

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