Diante disso,
Gurría deposita esperanças na América Latina. Nessa região, diz ele, “aprendemos
com nossos erros, fortalecemos as finanças públicas, saneamos os bancos,
implementamos várias reformas estruturais para reforçar as bases do crescimento”.
O entrevistado afirma
que o Brasil “está muito bem preparado para se integrar à OCDE”. Mas, ao
discutir o problema da desigualdade social, ele cita um estudo recente da organização
de que faz parte:
...a
relação entre a renda média dos 10% mais ricos e dos 10% mais pobres passou de
7 para 9 vezes em 25 anos, na média dos países da OCDE. Nos EUA, a diferença é
de 14 vezes. No México e no Chile, é de 25 vezes. Entre os Brics, somente o
Brasil conseguiu reduzir substancialmente a desigualdade, mas a diferença de
renda entre ricos e pobres ainda é de 50 para 1, de longe mais desigual do que
em qualquer país desenvolvido.
Diante disso, Gurría
recomenda “mudanças estruturais”. Em especial, reformas no mercado de trabalho.
Sabemos o que elas costumam significar: menos direitos sociais e trabalhistas,
salários menores, repressão à organização sindical etc. Mais do mesmo veneno.
Já se vê para
que a OCDE precisa de nós. Quer dividir os prejuízos de sua crise. Nada melhor que fazer isso onde a desigualdade é “mais desigual do que em qualquer país desenvolvido”. O
perigo é nos animarmos com a oferta da elite mundial de países. Alguém duvida?
Leia também: A caixa-preta dos lucros capitalistas
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