Os dois
corredores pertenciam ao Projeto Olímpico para os Direitos Humanos (OPHR). O
movimento queria a exclusão da África do Sul e da Rodésia das Olimpíadas. Mas
havia outras exigências. Se não fossem atendidas, haveria um boicote aos Jogos.
As duas
repúblicas africanas racistas ficaram de fora das Olimpíadas. Mas as outras exigências
não foram atendidas. Mesmo assim, o boicote não aconteceu. Smith e Carlos ficaram
num impasse: deixariam de ir ou tentariam representar o movimento?
Só havia um
jeito: chegar ao pódio para fazer seu protesto. Eles conseguiram. No momento da
premiação, usavam as luvas dos “Panteras Negras” e estavam descalços contra a
pobreza. Também usaram broches do OPHR e um colar de contas para denunciar os
constantes linchamentos de negros em seu país.
O gesto também
protestava contra o Massacre de Tlatelolco, em que centenas de estudantes e trabalhadores
mexicanos foram mortos pouco antes dos Jogos. O outro ocupante do pódio era o
australiano Peter Norman. Ele também usava o broche do OPHR.
Smith, Carlos e
o branco Norman sofreram perseguições por muitos anos. Mas mostraram o
verdadeiro espírito olímpico. Respeito ao esporte, competição leal, princípios
humanitários, solidariedade, dignidade e coragem.
Você pode ler a
íntegra da entrevista com Zirin, em inglês, aqui.
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