Rodrigo Vieira
de Ávila, economista da Auditoria Cidadã da Dívida, ajuda a entender. Em
matéria para o Jornal dos Economistas, publicada em junho passado, ele explica
que a queda da Selic tornaria a poupança mais rentável que a dívida pública.
Assim, para
atrair compradores dos títulos do Tesouro, o governo teria que voltar a subir
os juros pagos por eles. O problema, diz o economista, é que o custo da dívida continua
“em mais de 12%, ou seja, bem acima da Taxa Selic”.
Rodrigo diz
que, em abril de 2012, apenas 27% da dívida interna estavam indexados à Selic.
Portanto, afirma, a queda da selic não tem influenciado na diminuição do custo da
dívida pública. Ao contrário.
Enquanto, o
governo federal emite centenas de bilhões em títulos da dívida interna pagando
as maiores taxas de juros do mundo, o BNDES empresta a juros muito mais baixos para
grandes empresas.
Essa jogatina
leva embora quase metade do orçamento federal. São mais de 47% dos recursos
remunerando empresários e banqueiros. Já Saúde e Educação, juntas, ficam com
pouco mais de 7% do bolo.
Resumo da
sacanagem: a poupança, investimento da grande maioria do povo, teve seus
rendimentos diminuídos. Mas os papéis da dívida, investimento de uma minoria
rica, continuam rendendo muito mais e à custa dos serviços públicos.
E este governo ainda diz que governa para os pobres!
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